Casal decide viajar pelo mundo. Dois amigos partem para um mochilão pela América do Sul. Garota abandona sua promissora carreira para viver viajando. Aposto que muitas pessoas quando leem uma matéria desse tipo na internet acreditam que tais protagonistas só podem ser filhinhos de papai. Que é impossível se manter dessa forma, a não ser que tenha uma boa poupança guardada.
Antes de qualquer coisa, quero dizer que sim: há pessoas que tem a oportunidade de viajar nesses moldes. No entanto, essa opção não faz parte da realidade de mais da metade dos brasileiros — inclusive da nossa. Por isso, hoje eu quero desmistificar todo esse julgamento. É sim possível viver viajando sem ter nascido em berço de ouro.
Um outro ponto que faço questão de deixar bem claro é que não estou aqui para classificar a sua vida como tediosa. E muito menos que o fato de viajar pelo mundo vai fazer você encontrar um propósito para a sua vida. É preciso entender que sair da sua zona de conforto não está associado a viver como nômade digital; essa é só uma das opções.
Agora sim, após colocar os pingos nos “is”, vamos ao que interessa.
Fizemos um resuminho em forma de vídeo! Assista e não esqueça de se inscrever em nosso canal. Vídeo novo toda semana! 🙂
1.Trabalhe em troca de hospedagem e alimentação
Você tem algumas formas de conseguir isso e uma delas é optar pela forma tradicional e ir de porta em porta de cada estabelecimento pedindo um trabalho em troca de hospedagem. Mas aqui é preciso contar com a sorte, o que pode acabar se tornando desgastante, não acha?
No entanto, a internet facilita a vida de tanta gente, porque não a do pessoal que vive na estrada? Com isso, foram criadas algumas plataformas que fazem esse intermédio entre empregado e empregador. Dessa forma, você consegue acertar todos os detalhes mesmo antes de seguir para o seu destino.
Dentre as opções mais conhecidas, temos o Workway e o Helpx, que reúnem ofertas dos mais variados seguimentos, até mesmo famílias que oferecem uma hospedagem com alimentação em troca de alguns serviços pontuais em suas casas. Você seleciona o seu próximo destino e a plataforma lista as opções. Entretanto, se quiser mais informações a respeito da vaga e localização, é preciso fazer um cadastro. Esse cadastro tem uma taxa: sendo o Workway 29 dólares anuais ou 20 euros por dois anos no Helpx.
Além desses, tem Worldpackers: uma startup criada por brasileiros com esse mesmo propósito. Porém, ele não cobra taxas anuais. A taxa é cobrada à medida que você for sendo contratado para os jobs. E esse valor pode variar de acordo com o anfitrião.
Por fim, se você está buscando uma opção para fugir dos centros urbanos, talvez o WWOOF seja uma ótima opção. Não sabe do que se trata? WWOOF — em português: Oportunidades Globais em Fazendas Orgânicas — é também uma plataforma de intermédio entre anfitrião e viajante, mas voltada exclusivamente para fazendas orgânicas.
Ou seja, você vai semear, ordenhar, fazer pães e queijos, alimentar animais e todas as outras tarefas ligadas à fazendas. Com certeza uma experiência bem singular. Eles também tem uma taxa anual para cadastro, mas que tem seu valor alterado de acordo com o país escolhido.
Lembrando que cada trabalho tem a sua particularidade, mas que de forma geral são 5/6h por dia, com duas folgas por semana. Todos esses detalhes precisam ser acordados com o anfitrião antes da contratação. Tire todas as suas dúvidas possíveis para não ser pego de surpresa.
Leia também: como trocar trabalho por hospedagem e acomodação
2. Seja um freelancer
Apesar das opções acima serem muito boas, nem todo mundo consegue viajar nesse estilo. Ou bem provável que tenha dívidas — como a gente — ou alguém para sustentar. O fato é que precisam do dinheiro na mão.
Nesses casos, a melhor opção é buscar por trabalhos freelancer de forma remota. Porque assim, por mais que você esteja a léguas de distância, basta ter uma internet e um computador e conseguirá fazer dinheiro.
No entanto, não quero vender falsas ilusões. Se consolidar como freelancer não é uma tarefa fácil. Muitas vezes você terá que desvalorizar um pouco o seu serviço para conseguir alguma oportunidade.
Se a sua ideia é mesmo viver viajando, eu aconselho a começar a buscar trabalhos como freelancer mesmo antes de pedir demissão do seu emprego atual. Vai ter que se dobrar para dar conta dessa jornada dupla? Sim, mas pelo menos você vai conseguir uma certa autoridade antes de fazer dele a sua única fonte de renda.
Como falei acima, trabalhar como freelancer não é tão fácil, principalmente se você está iniciando e não tem uma carteira de clientes. Para facilitar esse início, há algumas plataformas que consolidam as ofertas das vagas, para te ajudar. Algumas delas são 99freelas, Workana, Freelancer (link afiliado) e Upwork. Essas são as opções mais genéricas, que ofertam vagas das mais diversas áreas. No entanto, é válido buscar se não há um site específico para a sua habilidade.
Falando em habilidade, de repente a sua área ainda não esteja tão aberta para trabalhos remotos — como o meu caso. Desse forma, precisei mudar a minha carreira e me coloquei aberta à novas oportunidades. Dentre as mais comuns é possível escolher: produção de textos para blog e e-book, produção de conteúdo para redes sociais, editor de vídeo, assistente virtual, cadastro de produtos. Eles oferecem de um tudo, vale a pena pesquisar.
Atenção: Se você está planejando viajar para o exterior, saiba que alguns países obrigam o uso de seguro viagem para ingressar. Procure o seguro viagem que melhor se adeque ao seu orçamento através do nosso link. Você não paga nada a mais por isso e o Para Onde Fomos recebe uma pequena comissão.
3.Empreenda
Antes de mandar um falar é fácil, eu — melhor do que ninguém — sei que não. Mas enfatizo, o mais difícil não é ter a ideia e sim botar em prática. Desde quando decidimos viver viajando, inúmeros projetos já passaram pelas nossas cabeças. Alguns estão em fase de desenvolvimento e outros em stand-by, mas as ideias sempre surgem.
Além disso, parto do princípio que de cada pessoa que tem algo ensinar, há outra a fim de consumir o conteúdo. De certa forma, a internet tornou tudo isso mais fácil. Se você sabe tudo sobre manutenção, porque não gravar alguns vídeos no YouTube dando dicas específicas de como trocar um fusível?
O Youtube tem um programa de remuneração por visualização de anúncio nos vídeos. Óbvio que não vai ser de uma hora para outra, é preciso ter muitas visualizações e só se consegue isso com vídeos de boa qualidade, mas se você não começar, nunca vai saber. Para ter uma ideia, até o momento, arrecadamos 3 centavos de dólares com os nossos vídeos. Juro, não foi para te desanimar; foi para mostrar que estamos juntos nessa.
Uma outra opção é a criação de e-books. Sim, com as facilidades que a internet nos proporciona é possível que você, aí da sua casa, crie um livro online e eu, de algum lugar do mundo, consuma. Porém, você deve estar pensando como vai fazer para divulgar e vender esse material, certo?
Então te convido a conhecer duas grandes plataformas de afiliados: Hotmart e Monetizze (link afiliado). Como elas funcionam? Você cria um infoproduto — que no nosso exemplo vai ser um livro de receitas — e escala na plataforma. Dessa forma, os afiliados te ajudam a fazer a divulgação e em troca disso recebem uma comissão por cada venda. Esse é o melhor dos mundos. Pois você trabalha muito durante um tempo e depois pode diminuir um pouco ritmo numa espécie de venda passiva.
Uma outra opção, caso acredite que esse não é o momento ideal para criar um infoproduto, é ser você o afiliado. Sim, nesse exemplo você não vai ter o trabalho de criar o produto. A sua tarefa aqui é investir apenas na divulgação para que outras pessoas comprem esse produto e você ganhe a comissão.
Dessa forma, você vai conseguir gerar um salário, trabalhar de forma remota e viver viajando.
4.Busque trabalhos locais
Cada pessoa se comporta de uma maneira frente à liberdade de trabalhar em “casa”. É preciso ter muita disciplina e foco. Definitivamente, não é para todos — falo isso porque é difícil pra gente também. Por isso, há quem prefira manter uma rotina de trabalho onde é preciso cumprir horário e outras regras.
No entanto, essa condição não precisa estar dissociada ao fato de viajar pelo mundo. E a saída para isso é buscar trabalhos locais ou países como Estados Unidos, Nova Zelandia, Austrália, Canadá e os do Mercosul, que oferecem vistos de trabalho para brasileiros. Nesse site especializado em trabalho no exterior, eles listam 150 sites espalhados pelo mundo que ajudam a procurar trabalhos temporários, ou não, no exterior.
Além desse site, existem hoje no mercado alguns e-books que tratam essa questão de forma prática, tirando todas as dúvidas para adiantar esse processo de trabalhar no exterior sem que você tenha que perder muito tempo buscando dicas pingadas em diversos blogs.
5.Seja um Pet Sitter ou Dog Walker
Se a sua ideia de conhecer o mundo é alugar uma casa, ficar por meses em uma cidade, absorver um pouco da cultura local e só depois seguir para um novo destino, talvez essa seja uma boa opção. Esse mercado surgiu a partir da demanda de uma prestação de serviço para quem tem animal de estimação. Desde passear com o cachorro até ficar com o mesmo hospedado em sua casa. É uma profissão largamente difundida na Europa e nos Estados Unidos.
No entanto, é preciso entender que é uma profissão como qualquer outra, ou seja, é preciso investir em cursos e treinamentos para o mesmo. Não ache que é só chegar, anunciar o seu serviço e pronto. Você estará lidando com a vida dos animais e caso alguma coisa os aconteça, é necessário estar ciente que a responsabilidade é sua. A hora de um profissional qualificado no Brasil pode chegar a 70 reais.
Apesar de toda a responsabilidade, o fato de trabalhar com animaizinhos — para quem gosta — é uma delícia, e ainda ganhar por isso? Sonho. Você vai conseguir custear a sua permanência em cada cidade e, porque não, criar um nova carreira em cima disso?
Se interessou pelo trabalho? Esses são alguns sites onde as pessoas anunciam o seu serviço de cuidador de animais: Gudog, Dog Buddy, AgendaPet, Pet Anjo. Procure no google se não há um site específico para o país que você vai.
Bom, espero que tenha percebido que é possível sim trabalhar e viajar ao mesmo tempo. E que muitas pessoas que decidem “largar tudo” e sair por aí estão longe de querer — e poder — ficar só viajando. Dá mesma forma, espero ter ajudado a tornar o seu sonho mais concreto com essas informações.
Ah, só mais uma coisa: se a forma que você escolher para se manter na estrada não te garantir acomodação, saiba que essa será uma das suas maiores despesas. Então, não deixe de conferir as nossas 5 dicas para economizar com hospedagem.
Não deixe de nos seguir nas redes sociais e acompanhar todas as dicas sobre como viver viajando: Facebook, Instagram e YouTube.