Seja para amenizar os custos da viagem ou para vivenciar novas experiências, muitas pessoas tem trocado o seu trabalho por hospedagem e alimentação. Se é bom para o viajante, para o empregador, ou anfitrião, nem se fala. É uma via de mão dupla. Por isso, essa prática tem se tornado cada vez mais comum e difundida.
E através de sites que facilitam essa comunicação, é possível encontrar as mais diversas ofertas de vagas nos mais variados destinos. Desde as mais comuns como recepção e limpeza de hostel, até mesmo ordenhar as vacas.
De forma geral, esses trabalhos são bem flexíveis, tomando de 4/6h por dia e com duas folgas na semana, pelo menos. E, claro, as vantagens são inúmeras. Além de aliviar os gastos, vai te forçar a falar um novo idioma e manter um intenso contato com turistas do mundo inteiro, um verdadeiro networking.
Trocando trabalho por hospedagem
Durante toda a nossa viagem, conseguimos por vezes trocar hospedagem em troca de divulgação em nossas redes sociais e blog. No entanto, infelizmente, nem todas as empresas compreendem a necessidade de expandir a sua visibilidade ou ter link do seu site em outros blogs. bem como recomendações. Ou seja, conforme foi se aproximando da alta temporada, esse tipo de troca foi ficando cada vez mais complicada.
Sempre ouvimos falar sobre alguns sites que facilitam esse contato, inclusive já pesquisamos dezenas de vezes. Ao mesmo tempo que a ideia nos parecia o máximo, ficávamos inseguros se conseguiríamos dar conta ou de como seria o trabalho.
Agora, após seis meses de viagem, conseguimos a nossa primeira hospedagem em troca de trabalho direto no hostel, como voluntários. Na verdade, foi meio acaso do destino.
Chegamos nesse hostel em Pucón, porque era o mais barato da região, na intenção de ficarmos por uma semana. Nos encantamos com a cidade e estendemos para duas. Já estávamos pensando em ficar mais um pouco quando a dona veio falar com a gente.
Ela precisava de alguém que ficasse no turno da noite e quando fosse folga de uma das recepcionistas. Em troca, ficaríamos em um dos quartos do hostel. Era o empurrão que faltava para iniciarmos nessa vida. E agora não quero outra vida — tá, até quero, mas por enquanto tá bastando.
Por isso, vamos compartilhar com vocês todos os sites que usávamos para buscar e também alguma dicas para não cair em furada.
Workaway
O workaway possui um leque bem vasto de opções, ele engloba desde serviços em fazendas até pessoas físicas que oferecem trabalhos pontuais em suas casas. Através dessa página de busca do site é possível escolher o seu destino e também filtrar os tipos de serviço que você está disposto a exercer.
Para te ajudar a escolher a melhor opção, é possível analisar o feedback que outros viajantes deixaram nas ofertas mais antigas. No entanto, para fazer uso dessa plataforma é necessário fazer um cadastro e pagar 29 dólares (plano anual) ou 38 se quiser fazer um perfil de casal.
Caso você não faça esse cadastro, demais informações sobre a oferta como localização e contato com o anfitrião não estarão disponíveis. É sempre bom ratificar que verificar as avaliações anteriores deve ser uma prática a ser feita independente do site escolhido.
Helpx
Segue a mesma linha que o anterior, reunindo tudo quanto é tipo de oferta. Posso dizer até que a oferta de vagas entre os dois é bem similar, com uma pequena vantagem para o Helpx: ele tem um custo mais baixo: 20 euros por dois anos.
Nesse você também pode buscar por ofertas no seu próximo destino e conversar direto com o anfitrião, para acertar mais detalhes. Lembrando, que essa opção só fica disponível após fazer o registro no site. A dica é fazer uma busca por destino e ver se há muitas ofertas e se elas te atendem. Confirmado isso, aí sim você paga pelo registro.
Se você viaja com frequência ou fica durante um bom tempo em um mesmo lugar, pode ter certeza que o custo do registro vai ser facilmente diluído.
Worldpackers
Ainda com a mesma ideia do anterior, mas com a diferença de ser uma startup criada por brasileiros. Eles têm como missão “tornar as viagens mais acessíveis e significativas para todos”. As ofertas são mais restritas a estabelecimentos hoteleiros, mas é possível trabalhar com jardinagem, bar, limpeza, recepção, entre outras.
No worldpackers não tem taxa de adesão, a taxa é cobrada à medida que você for sendo contratado para oferta. Esse valor não é fixo e pode variar de acordo com cada anfitrião. Para amenizar esses custos, é possível convidar amigos para ajudar a endossar o seu “currículo, se cadastrar na rede e consequentemente ganhar descontos, podendo chegar a 100%.
Para maiores informações, é possível ver essa página de perguntas e respostas que eles disponibilizaram
WWOOF
Se você está buscando um outro sentido para a sua viagem, fugindo dos centros urbanos, talvez essa seja a melhor opção. O WWOOF — em português: Oportunidades Globais em Fazendas Orgânicas — é também uma plataforma de intermédio entre anfitrião e viajante, mas voltada exclusivamente para fazenda orgânicas.
Ou seja, você vai semear, ordenhar, fazer pães e queijos, alimentar animais e todas as outras tarefas ligadas às fazendas. Com certeza uma experiência bem singular.
Para começar a buscar as ofertas, basta entrar no site oficial do WWOOF e escolher o seu próximo destino. A partir disso, você será redirecionado para o site da região em questão. Ah, para fazer o cadastro é preciso pagar uma taxa anual que pode variar para cada país, para o Brasil está em torno de 38 dólares.
Algumas recomendações antes de sair trocando trabalho por hospedagem
- Lembre-se que todos esses sites funcionam como uma espécie de rede social. Portanto, tudo o que você incluir de informação vai ajudar — ou não — na escolha do anfitrião. Além do mais, o seu cadastro é praticamente o seu currículo. Então, coloque suas habilidades e pretensões
salariaispara a viagem. Essa é a forma que o “empregador” terá para te conhecer. Seja honesto! - Um outro ponto que precisa estar muito bem claro antes de fechar a contratação é referente a sua função. Faça questão de evidenciar tudo o que você vai precisar fazer, bem como suas horas trabalhadas e folgas. Infelizmente, alguns donos de hostel acham que estão fazendo um favor e não tratam essa situação com a seriedade necessária.
- Ao mesmo tempo, como falei acima, essa é uma via de mão dupla. A partir do momento em que você se candidata é preciso ter comprometimento com o trabalho.
- Sempre — sempre mesmo — confira as avaliações anteriores do viajantes que já passaram pelo estabelecimento. Isso é fundamental para assegurar que você terá uma boa experiência.
Vale ressaltar que você está trabalhando em troca de hospedagem gratuita e/ou alimentação. Ou seja, todo gasto restante é por sua conta. Algumas opções que outras pessoas encontram para tornar a viagem autossustentável é tentar vender alguma coisa no hostel como brigadeiros, por exemplo. Ou tentam complementar a renda com trabalho freelancer online.
Você não quer que o seu trabalho voluntário se transforme em um enorme desconforto, certo? Então fique atento a essas dicas. Todos esses sites de troca de trabalho por hospedagem são confiáveis e cumprem o que promete: que é servir de intermédio entre as duas partes. Basta você avaliar para quais ofertas irá se candidatar.
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