Como de supetão, decidimos passar um fim de semana em Paraty. Acho que seja um dos destinos mais procurados para fugir um pouco da corrida e agitada vida no Rio de Janeiro.
Por sua proximidade — cerca de 3h30 — torna tudo muito mais fácil. No entanto, deixo uma grande observação: fazer esse trajeto na hora do rush não é nada recomendável. Prova disso é que saímos do trabalho e colocamos o destino no Waze e fomos surpreendidos com intensas horas de trânsito.
Aproveito para deixar também mais dica: não faça o percurso sem um GPS que indique fiscalizações eletrônicas. A estrada é rodeada delas e a noite fica complicado enxergá-las.
Paraty | A cidade que parou no tempo
A primeira constatação que se tem ao chegar em Paraty é que ela, de fato, resistiu ao tempo. Todos aquelas casas com suas janelas e portas coloridas e suas ruas de paralelepípedos dão um charme todo especial ao Centro Histórico. Muito além do seu turismo cultural e gastronômico, Paraty ainda possui lindíssimas praias e cachoeiras, ou seja, vai agradar a gregos e troianos.
Como dissemos, fomos após o trabalho e devido ao contratempo com o celular, só conseguimos chegar na Pousada quase umas 2h da manhã, pois tivemos que parar na lanchonete Macaco Louco e pedir para que deixássemos usar as tomadas para carregar o celular e assim achar o caminho de casa rs. Nesse tempo que ficamos esperando, podemos conversar com o dono e perceber, desde esse momento, o quanto as pessoas em Paraty são receptivas e hospitaleiras e foi assim com todas as outras pessoas que encontramos no caminho. Que amor de cidade.
Estávamos um pouco desapontados, porque chegamos com chuva em Paraty e ficamos pensando o que fazer no sábado caso o tempo permanecesse fechado. Não deu outra, quando acordamos, o tempo estava meio nublado, mas não estava chovendo. Na dúvida sobre o que fazer, aceitamos a sugestão do Sr. Luis, dono da Pousada onde estávamos, e fomos fazer o passeio de Jeep com a empresa Jeep Paraty, apesar de um pouco com o pé atrás, por achar que poderia ser sem graça.
Gostamos tanto que decidimos compartilhar com vocês. O próprio sr. Luis entrou em contato com o guia Rudai – pausa: ele é ótimo, além de muito engraçado, fala com propriedade sobre os temas, ele chega ter tanto domínio, que quando fomos a um dos Engenhos, ele mesmo explicou todo o processo para a confecção das cachaças. O que foi um ponto muito positivo, como tinham outros grupos, não precisamos ficar esperando.
Pois bem, esse Jeep Tour mescla um pouco de tudo, o roteiro foi o seguinte:
- Cachoeira da Pedra Banca: Essa foi a primeira parada, após estacionar o carro é necessário dar uma caminhadinha leve de uns 5min. Essa cachoeira é formada por duas quedas que terminam em piscinas naturais rodeadas por pedras e possui um lugar para saltos. O lugar em si é muito bonito, além de render boas fotos. Por favor, não esqueçam o repelente, não é que seja impossível ir sem, mas pra quem tem alergia a picada de mosquito, é bom prevenir. Uma outra observação importante é para a galera que pensa em ir por conta própria: a estrada é de terra, com muitos buracos ou seja, vai judiar bastante do seu carrinho. Se for o caso, é melhor se arriscar em uma caminhada.
- Engenho Pedra Branca Alambique: No primeiro momento há a visita guiada pelo engenho com todo o processo de fabricação da cachaça e depois somos levados ao Armazém, que nesse caso, é fora de sério. Com muitas opções de cachaças, licores e doces para degustar, além dos mais diversos produtos para a compra. As vendedores nos deixam bem a vontades e ficam à disposição para sanar quaisquer dúvidas. Como sugestão: provem a cachaça Gabriela, a mais famosa da região e para complementar ainda mais, impossível não reparar na linda vista para a serra, conjunto perfeito.
- Ponte do Tarzan/Poço do Tarzan e Tobogã: Logo que chegamos aqui, o nosso guia Rudai, já recolheu os nossos pedidos para o almoço, que daí a medida que fossemos aproveitando as atrações, o nosso almoço ia sendo preparado. Essa parada é uma diversão a parte. No Poço do Tarzan tem uma pedra de aproximadamente 9m de altura e da onde é possível saltar, para os corajosos. Além disso, a cachoeira do Tobogã é peculiar, pois conta com uma laje recoberta por água corrente o que a torna extremamente escorregadia, resultando exatamente no tobogã. Os nativos se atrevem e descem a pedra em pé, como se estivessem surfando, mas nós não recomendamos. Para quem vai no modo tradicional (sentado) os riscos são diminuídos, dá pra escorregar com tranquilidade e sem perder a emoção. Depois disso tudo, a gente almoça por lá mesmo, no Restaurante do Tarzan. ** Pedimos uma Picanha na chapa para 2 pessoas, vem muito bem servido, é possível que 3 pessoas comam bem. O valor da refeição foi R$ 89,90, mas além disso, no dia que fomos, tinha uma rodinha de samba, então pagamos mais R$10,00 pelo couvert artístico.
- Engenho Rio D’Ouro: Situada na estrada de Paraty-Cunha, passando pelo caminho velho da Estrada Real, nesse Engenho é possível mergulhar um pouco na história, vendo aqueles moinhos de água, lugar onde se faz a farinha com maquinas manuais e muito antigas e casas de pau a pique. Além disso, tem uma outra estação de degustação com cachaças se sabores complementares às existentes no primeiro engenho.
- Queijaria: Por fim, a última parada antes do término do passeio é na queijaria, também com degustação de queijos dos mais variados tipos. Recomendamos o queijo manteiga, muito bom!!
O passeio em si é muito bom, te dá uma visão geral, mais ampla. É uma boa pedida quando o tempo não ajuda muito para fazer um passeio de escuna ou pra quem está procurando um passeio mais diferente.
O valor cobrado para esse passeio é de R$ 60,00 por pessoa e o Guia, que no nosso caso foi o Rudai, vai até a sua pousada para te buscar. Saímos para o passeio por volta das 11h15 e retornamos lá pelas 16h e pouquinha. É um passeio que dura a tarde inteira, praticamente.
Obviamente que chegamos exaustos na pousada, mas não poderíamos deixar de curtir todo o charme da noite no Centro Histórico de Paraty. Com tantas opções de restaurantes, você certamente vai ficar em dúvida sobre qual escolher. Infelizmente, não tivemos muita sorte na nossa escolha, como estávamos com vontade de comer pizza e por ironia do destino passamos em frente ao Taberna com uma música muito convidativa, uma decoração rústica e atraente e um aviso de rodízio de pizza, achamos que seria a equação dos sonhos: bom ambiente+boa música+rodízio de pizza. Até seria, se não fosse pelo fato do lento atendimento. As pizzas demoravam muito para vir, eram até gostosas e bem recheadas, mas o tempo de espera não as faziam valer a pena. Vimos mesas a nossa volta esperando 30min ou mais para vir uma pizza doce. Não comemos 6 pedaços e decidirmos ir embora. Saímos muito desapontados. O rodízio de pizza era 34,90 por pessoa e couvert artístico de R$ 20,00.
Voltamos para a pousada na torcida por um domingo ensolarado e de fato foi. Que solzão! Decidimos então ir a Trindade apreciar as praias tão recomendadas por nossos amigos.
Realmente, Trindade é muito lindo, logo que você desce a estrada do Deus me livre, já é possível contemplar a vista sensacional, que mais parece ser pintado a mão. Trindade fica acerca de uns 30km de Paraty, é um vilarejo ocupado em sua maioria por uma comunidade hippie que escolhera tal lugar por seu difícil acesso e de contato constante com a natureza.
É preciso tomar cuidado com essa estrada que apresenta trechos bem sinuosos, apesar de hoje em dia já estar asfaltada. Nós fomos de carro, mas é possível pegar um ônibus regular que sai da Rodoviária de Paraty. Para quem for de carro, indicamos o estacionamento da Pousada da Rosa, custa 15,00, é possível encontrar outros um pouco mais baratos, mas ele dá direito a tomar uma ducha em um banheiro limpo e usar os sanitários, também limpinhos.
Decidimos por fazer as trilhas para a Cachoeira da Pedra que Engole, Praia do Meio, Praia do Caixa D’Aço e Piscina Natural. Todas essas trilhas são bem tranquilas de se fazer sem acompanhamento de um guia, mas a trilha em si não são fáceis. Elas podem variar de nível médio para médio-difícil. Mas quem não quiser percorrer toda a trilha para a praia e a piscina natural, podem optar por fazer uso de uns barquinhos que fazem esse caminho pelo mar e custam em média R$ 15,00 a travessia. No entanto, para chegar na cachoeira deverá pegar a trilha, inevitavelmente.
Todas as trilhas se iniciam na Praia do Meio, para ir até a cachoeira, é só seguir a esquerda pela margem do rio no final da praia, logo você vai ver o início da trilha. Com isso, é só seguir pelo caminho e quando avistar umas pedras, deve seguir o caminho para cima e não atravessar as pedras.
A trilha para a Praia do Caixa d’Aço é um pouco melhor estruturada e mais fácil de se avistar então não vai ter erro, é um pouco cansativa e complicada para subir, pessoas com problemas no joelho, por exemplo, é recomendado que faça uso da travessia de barco.
Seguindo toda a orla da praia, é possível ver o indicativo da trilha para a piscina natural, que também é um pouco extensa e complicada para quem não tem costume, mas nada muito impossível.
Na beira da praia não possui muitos restaurantes/quiosoques, para falar a verdade, em toda a extensão só há um restaurante e um quiosque. Eventualmente aparecem alguns ambulantes, mas que não são autorizados. Portanto, é bom ir munido de comida e água.
Abaixo deixaremos um compilado com os prestadores de serviços e os respectivos preços que citamos no texto:
Passeio de Jeep com a empresa Jeep Paraty: R$ 65,00 reais por pessoa
Rudai – 24 99843-9027
Jeep Paraty: 24 99983-2225/jeepparaty@hotmail.com
Restaurante do Tarzan: Picanha na chapa para 2 pessoas: R$ 89,90 + couvert artístico R$10,00
Poço do Tarzan/Cachoeira do Tobogã
Rodízio de Pizza no Taberna: R$ 34,90 por pessoa + R$ 20,00 do couvert artístico
Centro Histórico de Paraty
Estacionamento: R$ 15,00 com ducha e sanitário
Pousada da Rosa – Trindade
Pousada Magia Verde
Rua Cinco, Paraty – 24 337-17254
magiaverde@paratyweb.com.br