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Como ir ao ônibus abandonado no Atacama | Magic Bus – Into the Wild

Se você é apaixonado por viagens, certamente, já se deparou com a clássia foto do filme Into the Wild. O que nem todo mundo sabe, é que é possível reproduzir essa foto aqui no deserto. Sim, também tem um ônibus abandonado no Atacama e a gente vai te mostrar como chegar lá.

onibus abandonado no atacama into the wild

Quando se comemora aniversário de namoro no meio do Deserto, você acaba ficando sem opções. E foi exatamente o que aconteceu com a gente: 31 de janeiro de 2018, 4 anos de namoro e não tínhamos noção de como comemoraríamos.

Foi daí que tivemos a brilhante ideia: por que não alugamos um carro e vamos desbravar esse desertão lindo? Não pensamos duas vezes e fizemos a reserva através do Rentcars — é sério, façam a reserva com antecedência.

Um dos lugares que mais tínhamos vontade de conhecer era o ônibus abandonado. Não pelo ônibus em si, mas pela ideia, sensação, curiosidade que ele nos trazia, no melhor estilo Into the Wild.

4 anos aturando esse pentelho

Onde fica o ônibus abandonado no Atacama?

Pois bem, já tínhamos o dia, o roteiro e o carro… só faltava o mais importante: a localização. Fazia inúmeras buscas no google e ninguém conseguia me explicar como chegar no tal Magic Bus atacamenho.

Por sorte, Deus criou os amigos. E nós temos um aqui no Atacama que é guia ♥ muito obrigada, Ramon! Além de nos ensinar, ainda que através de um desenho muito mal feito, a localização, nos contou um pouco da história.

Parece que esse ônibus servia para transportar as pessoas desde San Pedro até Calama — e vice-versa. Até que em um belo dia ele quebrou e ficou abandonado. O que ninguém sabe até hoje é como esse ônibus foi parar lá. Um mistério que cabe a cada imaginação desvendar — inclusive eu tenho a minha teoria.

O que sim se sabe é que esse ônibus foi usado por muito tempo para fazer festas clandestinas.

Ok, ok. Vamos voltar ao assunto principal: onde fica o ônibus abandonado no Atacama?

Infelizmente, esquecemos de pegar as coordenadas. Mas vou tentar deixar aqui um passo a passo de como chegar lá.

Parte do caminho é o mesmo que leva para as famosas Lagunas Escondidas. Você tem que pegar a Ruta 23, saindo de San Pedro sentido Calama por uns 14 km.

Depois de passar por uma região de muitos desníveis, avistará ao longo da estrada uma planície identificada por uma placa como Llano de la Paciencia. Após avistar essa placa, fique atento para pegar uma saída em estrada de terra à esquerda com pequenas placas indicando que é o caminho para as Lagunas Escondidas.

Nessa estrada, rodeada por um campo minado (!), após cerca de 10 km haverá um caminho à esquerda em direção à cordilheira do sal e uma antena próxima a ela (atenção, antes existe uma saída a esquerda que leva ao Valle de la Luna, mas não é essa, é a segunda!). Entre! Depois disso, vá andando, andando por dentro da cordilheira até você achar que se perdeu — o mais sincero relato da nossa experiência. Acredito que mais ou menos uns 20 minutos.

Vá prestando bastante atenção no seu lado direito. O ônibus está atrás de uma pequena montanha e se você não se atentar, vai parar em Coyo — você não vai querer isso, te garanto. Nós só conseguimos encontrar o ônibus porque decidimos subir na parte de cima do carro para tirar uma foto rs.

Obs: para voltar, o faça pelo mesmo caminho. Seguir adiante após sair da cordilheira o levará a um caminho improvisado no meio do deserto sem placas, identificação no Google Maps e muita areia fácil de atolar. Tomamos essa rota e só nos salvamos porque estávamos num 4×4.

Into the wild versâo Atacama

Magic Bus | Into the Wild versão Atacama

Quando finalmente chegamos, estávamos ávidos por replicar a tão famosa foto. Apesar de um tanto quanto enferrujado, as más condições não foram suficientes para nos amedrontar.

Feito crianças. caminhávamos em cima do ônibus, tentávamos encontrar alguma pista de quando ele chegou por ali. Era foto de cima, foto de baixo, foto na ponta.

Passado a euforia, paramos para sentir um pouco o lugar. Sentir a simplicidade e imensidão de onde estávamos. A reflexão é inevitável. E assim como no filme, percebemos o quanto a viagem pode ser uma válvula de escape e também de descoberta.

E sabe qual foi a melhor parte? Ter com quem dividir essa descoberta. De fato, a “felicidade só é real quando compartilhada”.

Obrigada, meu amor, por compartilhar comigo tantos bons momentos. Feliz quatro anos felizes.

Veja também:

Juliana Noronha: Formada em ciências contábeis, trabalhei durante intensos quatro anos em um Banco de Investimento no Rio de Janeiro. Abri mão da minha promissora carreira em função do que me motiva. Por isso, desde outubro de 2016 estou desenhando um novo estilo de vida, viajando pelo mundo e vivendo na estrada.
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